domingo, 3 de abril de 2011

Beethoven e Bilac

Sempre encasquetei que as notas musicais (se os TAN-TAN fossem menos espaçadas) de Contatos imediatos do terceiro grau lembrava a 5ª sinfonia de Beethoven. Lindo demais!  DRAMÁTICO! INDOMÁVEL!



Acabei por lembrar da homenagem do Olavo Bilac a Beethoven. Aqui fica nítido que Bilac tinha tendências a necrofilia mesmo, crânio, podre, moribundo, a natureza em gelo??! Bonito.













Beethoven Surdo (Olavo Bilac)

























Surdo, na universal indiferença, um dia,
Beethoven, levantando um desvairado apelo,
Sentiu a terra e o mar num mudo pesadelo...
E o seu mundo interior cantava e restrugia.

Torvo o gesto, perdido o olhar, hirto o cabelo,
Viu, sobre a orquestração que no seu crânio havia,
Os astros em torpor na imensidade fria,
O ar e os ventos sem voz, a natureza em gelo.

Era o nada, a eversão do caos no cataclismo,
A síncope do som no páramo profundo,
O Silêncio, a algidez, o vácuo, o horror no abismo...

E Beethoven, no seu supremo desconforto,
Velho e podre, caiu, como um deus moribundo,
Lançando a maldição sobre o universo morto!

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